Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
Vícios e compulsões: As causas do comportamento compulsivo
Comportamento
Vícios e compulsões: As causas do comportamento compulsivo
Comportamento / 10-03-2017

“Todas as coisas me são lícitas; mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas; mas eu não me deixarei dominar por nenhuma”. 1 Coríntios 6.12
 


Como disse anteriormente, os vícios não são nenhuma novidade para ninguém, e não são restritos apenas em determinadas culturas. Os vícios e compulsões afetam as pessoas de diferentes formas, que dependem muito do indivíduo, das circunstancias e da substância ou comportamento do qual a pessoa é dependente. O alcoolismo, a dependência química e os transtornos alimentares são problemas que mais merecem atenção da mídia e dos líderes religiosos, como pastores e padres. Mas, também há milhares de pessoas que lutam com compulsões menos comuns, sendo que muitas delas não têm causas físicas aparentes. Essas compulsões são comportamentos que vão assumindo uma importância cada vez maior e se tornam, progressivamente, mais difícil de controlar. Algumas pessoas são viciadas em trabalho, exercícios físicos, dietas, sexo, pornografia e até furtos. Outras são viciadas em determinados alimentos, como chocolate, por exemplo, ou em compulsões pelo jogo.
Um pastor muito meu amigo que pastoreia uma igreja Batista em Temple Terrace na Flórida, certa vez me disse que um homem ao terminar um campeonato de pôquer em um determinado cassino em Las Vegas, perguntaram ao vencedor o que ele pretendia fazer com todo o dinheiro que havia ganhado, qual não foi a surpresa de todos quando disse: “Perdê-lo”. Aquele homem estava confessando que era um viciado em jogo. Como todos os jogadores compulsivos, ele não quer, e talvez não consiga, resistir ao impulso de jogar, mesmo que isso provoque dívidas altíssimas, problemas familiares, estresses e possa até leva-lo a perder o emprego. Muitas vezes, os jogadores vão para a cadeia por causas de falsificações, sonegação de impostos e outras atividades ilegais praticadas com o intuito de conseguir dinheiro para pagar dívidas de jogo e sustentar o vício.


Diante disso, vem uma pergunta a nossa mente: Por que essas pessoas agem assim? Ninguém sabe ao certo. Jogadores geralmente são pessoas inteligentes que adoram a sensação de perigo, emoção e incerteza, mas também passam por períodos de depressão, ansiedade e estresse.


É claro que os vícios e compulsões não são todos iguais no que se refere ao potencial de provocar o dano. O alcoolismo e a dependência química podem ser bem mais perigos que o vício de correr todos os dias, de jogar videogame todo o tempo ou de assistir esportes na televisão o dia todo. Mesmo assim, qualquer comportamento compulsivo que saia do controle do indivíduo é prejudicial.
Isso também inclui uma forma de dependência que não é mencionada: a compulsão pela religião. Como pastor, tenho percebido nesse contexto pós-moderno do qual estamos vivendo, que alguns olham para pessoas de outras denominações, como um inimigo a ser atacado. Tenho percebido também, que muitas pessoas veem o culto como uma espécie de droga emocional e vão a igreja regularmente para obterem uma “dose” que as deixe altas até o próximo culto.  Este fenômeno, que alguns observadores têm chamado de “religião imatura” ou “religião doentia” é marcado por rigidez, uma mentalidade de não quer mudar, má vontade de associar-se ou aprender com outras pessoas e autojustificação. “O compulsivo tem uma atitude fanática em relação a religião e sempre adota uma postura defensiva. O alcoólatra típico assume uma postura semelhante: o mundo está todo errado, mas eu não”.


Como vimos, pode-se dize que os vícios e dependências são resultados da combinação de várias influências, entre as quais o ambiente familiar, as experiências anteriores da pessoa, a personalidade, as pressões que a pessoa está enfrentando no momento, seja no trabalho ou por um grupo de amigos, suas necessidades particulares, sua condição física e os esforços ou recompensas que obtém através de seu comportamento compulsivo. É difícil descobrir o porquê das pessoas agirem assim, mas para ajuda-las a vencer é preciso entender sobre a questão e ter uma noção do que ela se sente e do que pode levar a pessoa a esse comportamento.
Próxima semana vamos ver o que a Bíblia diz sobre os vícios e compulsões. Deus abençoe você querido leitor e até a próxima semana.


Gilberto de Lima é formado em Teologia pela Faculdade Teológica Batista do Paraná, palestrante nas áreas de famílias e casais e pastor da Primeira Igreja Batista de São Tomé.
Contato: gilbertolima1978@hotmail.com
REFERÊNCIAS:
HENRI J.M., Crescer: os três movimentos da vida espiritual. São Paulo: Paulinas, 2000
COLLINS, Gary. Aconselhamento Cristão. São Paulo: Vida Nova, 2004.


POUJOL. Jacques e Claire. Manual de relacionamento de ajuda: conselhos práticos para aconselhamento psicológico e espiritual. São Paulo: Vida Nova, 2006.
SOBRINHO, J.F. Aconselhamento cristão em tempos de crise. Rio de Janeiro: UFMBB, 2004.
                                                                                                        


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