Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024
Vícios e Compulsões: causas da dependência química
Mundo
Vícios e Compulsões: causas da dependência química
Mundo / 26-02-2017

Como a cidade com seus muros derrubados, assim é o homem que não sabe dominar-se”
Provérbios 25.28


 
Os vícios não são nenhuma novidade, e não estão restritos apenas a determinadas culturas. Em diferentes épocas, e em diversas regiões, certos vícios tem gozado de uma popularidade passageira. O abuso do álcool, por exemplo, pode ser mais comum agora do que era há cem anos. Cheirar cola deixou de ser tão importante, mas o crack, que é uma forma de cocaína extremamente viciante e perigosa, tornou-se uma das principais fontes de vícios em nossa geração. Ao longo de toda a história, e em países do mundo inteiro, sempre houve uma porcentagem da população com sérios problemas de uso de drogas e outros tipos de vícios.
Abordando um pouco sobre as causas da dependência química, entendo que nossa vida poderia ser dividida em quatro áreas gerais: vida familiar, vida social, vida profissional e vida espiritual. Quando uma substância química interfere com a produtividade, tranquilidade, eficiência ou bem-estar de qualquer uma dessas áreas e a pessoa percebe que isso está acontecendo, mas continua usando a substância, esta pessoa está dependente, pelo menos psicologicamente. Se, além disso, a pessoa se sente fisicamente doente quando a droga é retirada, então também existe dependência física.
O que provoca essa dependência? Como pastor, entendo que é uma combinação de dois fatores fundamentais, o exemplo dos pais e de outros adultos e as pressões dos grupos e influências sociais.


Falando sobre o exemplo os pais, nós vivemos em uma sociedade de consumidores abusivos de comprimidos. Logo cedo, as crianças são apresentadas aos remédios que tiram a dor e fazem se sentir melhor. Alguns pais medicam seus filhos sem prescrição médica, os adolescentes veem seus pais tomarem aspirinas, antigripais, remédios para dormir e um monte de outras drogas sem mesmo uma orientação profissional. Milhões de pessoas “relaxam” fumando um cigarro, ou bebendo um aperitivo antes do jantar. Quando surgem os problemas, aparecem logo os tranquilizantes para acalmar nossos nervos. Não é de admirara que os jovens sigam estes exemplos dos adultos e perpetuem a ideia de que as drogas são a primeira linha de defesa contra o sofrimento físico e psicológico.


A maioria das pessoas não veem mal algum no uso de eventual de estimulantes suaves, analgésicos ou drogas relaxantes. Porém, mesmo as drogas leves podem causas dependência, às vezes por causas do exemplo familiar. Se os pais tomam um comprimido ou uma bebida altamente alcoólica para relaxar em momentos de crises, é de estranhar que os filhos façam o mesmo? Se a droga atua sobre os filhos com o mesmo efeito calmante que tem sobre os pais, existe a grande probabilidade de que ela venha a ser utilizada novamente, talvez com maior frequência e em quantidades cada vez maiores, abrindo assim um caminho para outras dependências químicas altamente viciantes.


Abordando um pouco sobre as pressões dos grupos e outras influências sociais, vemos que na nossa sociedade as pessoas e, principalmente os jovens, vivem num mundo permeado pelas drogas. Muitos jovens chegam a experimentar drogas pela pressão de ser aceito em um determinado grupo ou pela curiosidade, e acabam se tornando fisicamente dependentes de modo que o abuso se torna uma doença. Outros começam com um “simples” cigarro e uma “simples cerveja”, depois passa para a maconha e ir avançando na direção de drogas mais poderosas.
A influência que um grupo tem sobre os jovens em nossa geração é enorme. É quase sempre por influência direta do grupo que pertence, ou que deseja pertencer, que jovens tem contato com as drogas. Amigos, conhecidos e irmãos conseguem a droga e ensinam os mais jovens a utilizá-la. O grupo sempre dita a atitude de seus membros em relação às drogas, proporciona o contexto social para sua utilização e, nas conversas sobre o assunto, ajuda a elaborar as razões que a juventude usa para explicar e justificar o uso de drogas. Após algum tempo, formam-se subgrupos e seus membros usam drogas juntos, em determinadas ocasiões e lugares, compartilhando as mesmas ideias, valores e crenças sobre as drogas.


Como pastor, entendo que cada uma dessas questões abordadas aqui, não se restringindo somente nessas, são causas que podem levar as pessoas a buscar as drogas. Cada uma delas deve ser levada em conta quando há aconselhamento de dependentes químicos e ajudar na busca por um tratamento médico, se assim haver a necessidade.     
Próxima semana vamos analisar um pouco sobre as causas dos transtornos alimentares. Que Deus abençoe você querido leitor e até a próxima semana.

Gilberto de Lima é formado em Teologia pela Faculdade Teológica Batista do Paraná, palestrante nas áreas de famílias e casais e pastor da Primeira Igreja Batista de São Tomé.

 


Contato: gilbertolima1978@hotmail.com

REFERÊNCIAS:
HENRI J.M., Crescer: os três movimentos da vida espiritual. São Paulo: Paulinas, 2000
COLLINS, Gary. Aconselhamento Cristão. São Paulo: Vida Nova, 2004.
POUJOL. Jacques e Claire. Manual de relacionamento de ajuda: conselhos práticos para aconselhamento psicológico e espiritual. São Paulo: Vida Nova, 2006.
SOBRINHO, J.F. Aconselhamento cristão em tempos de crise. Rio de Janeiro: UFMBB, 2004.


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