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TJ suspende cassação de Dadá
Politica
TJ suspende cassação de Dadá
Cianorte / Politica / 06-08-2021

Da Redação JN

Na foto Dadá e o seu advogado Maurício Gonçalves Pereira (ambos ao fundo), durante sessão que cassou mandato do vereador em março

 

Desembargadora Astrid Maranhão de Carvalho Ruthes reconheceu várias irregularidades no processo que cassou mandato do parlamentar

 

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) atendeu interpelação formulada pela defesa do ex-vereador Adailson Carlos Ignácio Ferreira, o Dadá (Podemos), e suspendeu os efeitos do processo que cassou o mandato do político durante sessão da Câmara de Vereadores de Cianorte, em março deste ano.

Dadá, como o vereador é conhecido, teve o seu quinto mandato consecutivo como parlamentar cassado após uma denúncia de que o político estaria promovendo a prática da “rachadinha” junto com um assessor político vinculado à Câmara de Cianorte. A denúncia gerou uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que em novembro de 2020 chegou a prender o vereador e o seu assessor, teoricamente flagrados no momento em que o assessor repassava parte de seu salário a Dadá.

A investigação judicial gerou um processo de cassação na Câmara que durou pouco mais de 60 dias e terminou com um relatório que pediu a cassação de Dadá. Ele foi cassado dias depois, por 9 votos a 0 numa sessão que durou cerca de 9 horas.

A decisão tem caráter liminar. No entanto, como explica o advogado de Dadá, o jurista Maurício Gonçalves Pereira, o político deve ter seu mandato restituído assim que a mesa da câmara for notificada da decisão. Com a decisão, Adailson Ferreira volta a ocupar a cadeira que atualmente é da vereadora Maria Neusa Casassa, primeira suplente do Podemos e que herdou a vaga com a cassação.

Conforme Maurício Pereira, a desembargadora Astrid Maranhão de Carvalho Ruthes reconheceu em seu despacho, publicado no fim da tarde de quinta-feira, 5, várias irregularidades cometidas no procedimento de cassação e destacou, conforme justificativa da defesa, que os vereadores agiram em conluio com o único propósito de cassar o mandato do vereador. “Ademais, há conjunto probatório demonstrado aparente conluio na Câmara de Vereadores a fim de retirar o mandato do agravante”, diz um trecho despacho da magistrada.

Apesar da liminar suspender os efeitos da cassação, Dadá ainda não poderá participar das sessões, uma vez que há uma decisão judicial na esfera criminal que o impede de frequentar as dependências do Legislativo. No entanto, o advogado Maurício Pereira adiantou que também já recorreu desta decisão com um novo pedido de cautelar para suspender seus efeitos. “Com base nessa decisão, nós acreditamos que as restrições da parte criminal também serão revogadas. É com base nisso que vamos requerer a revogação dessas medidas restritivas”, disse o advogado.

Enquanto isso não se define, a Câmara permanece com 9 vereadores em plenário, até que Justiça de manifeste.

“Verdade prevalece”

Adailson Carlos Ignácio Ferreira comemorou a decisão judicial que devolveu seu mandato. Em contato com a reportagem da TRIBUNA DE CIANORTE, ele confessou que sempre acreditou que um dia a Justiça seria feita e que teria seu mandato devolvido. “A verdade sempre prevalece. Essa decisão de ontem (anteontem) nos ajuda muito”, avaliou.

Mesmo assim, o político preferiu manter a cautela com a decisão e evitou polemizar o assunto. Segundo ele, assim que puder voltar a frequentar as sessões, ele pretende manter uma boa relação com seus colegas. “Política não se faz sozinho. Vou priorizar parcerias em favor da coletividade”, defendeu.

Dadá revelou ainda que retorna com toda a energia e disposição para trabalhar em favor da comunidade. “Será com a mesma energia que sempre tive. Atendendo as pessoas e ajudando o município a crescer e se desenvolver. Tenho um compromisso com as pessoas que confiaram em mim”, destacou.

Depois de notificada, a Câmara de Vereadores de Cianorte tem 15 dias para se manifestar sobre a decisão que devolveu o mandato a Dadá.


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