No Reino Unido, as altas temperaturas derreteram pistas de pousos e decolagens em aeroportos.
A onda de calor que atinge a Europa já causou mais de 1,1 mil mortes.
Não é frescura de gringo, não. Em Londres, um dia como esta segunda-feira (18), de quase 40º C, é especialmente infernal. Por exemplo: nem metade das linhas de metrô tem ar-condicionado. Os ônibus - tudo bem, dois andares, icônicos - não só não têm ar-condicionado, como têm janelas minúsculas.
Os parques são uma alternativa, mas não têm nem um chuveirão. Até tem umas piscinas públicas e uns parques, como Hampstead Heath, com lagos. Mas para os horários mais quentes, tem que pagar e reservar horário. Para mergulhar até às 11h ou no fim da tarde, não precisa, mas as filas estão ficando grandes.
Não é brincadeira. O Reino Unido entrou pela primeira vez em alerta vermelho por causa do calor. A temperatura pode, sim, passar dos 40º C - o que nunca aconteceu no país. O alerta é porque existe risco de doença e morte - e não só para os grupos mais vulneráveis.
Significa também que são necessárias mudanças substanciais na rotina. Tem empresa liberando os funcionários - ou, ao menos, permitindo que trabalhem de casa.
Preocupado, o ministro da Saúde foi para o Parlamento dizer que equipes de ambulâncias estão fazendo hora extra. A recomendação é que as pessoas só viajem de trem se for muito necessário. Em uma situação como essa, os atrasos ficam mais frequentes. O calor pode literalmente deformar os trilhos.
No meio da tarde, a maior base aérea militar do Reino Unido foi fechada para pousos e decolagens porque a pista estava derretendo, e um dos aeroportos de voos comerciais de Londres precisou suspender alguns voos.
E tem consequência muito mais grave que essas. Em Portugal e na Espanha, até agora, mais de mil pessoas morreram por causa do calor. A Península Ibérica está sofrendo com a pior crise de seca dos últimos mil anos.
O primeiro-ministro alemão e o presidente do Egito, país anfitrião da próxima Conferência do Clima, em novembro, conversaram sobre o que precisa ser discutido na COP27. Pesquisas já mostraram que eventos extremos, como essa onda de calor na Europa, estão cada vez mais comuns por causa das mudanças climáticas provocadas pelo homem.
A ONU afirmou que nos próximos 28 anos deve ter um aumento de 30% nos incêndios florestais, como um que cercou passageiros em um trem na Espanha e um outro, imenso, que fez um homem que tentava ajudar a conter o fogo correr em desespero.
Fonte: g1.globo.com
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